Tópicos de Ciência Política:
Política: trata-se de
uma atividade pela qual interesses divergentes podem ser reconciliados em prol
do bem-estar e da sobrevivência de toda comunidade. Nos dias de hoje,
costumamos relacionar o desenvolvimento político de um determinado grupo com o
grau de participação que os cidadãos têm nas decisões que afetam a vida
comunitária.
Politicagem: degradação da
política. Embora a política seja o meio por excelência pelo qual o grupo social
atinge seus interesses, uma forma equivocada de se entender o conceito vem sendo
utilizada com o intuito de neutralizar os poderes da cidadania e atender os
interesses privados de poucos
Poder: é uma
capacidade de impor ao outro a vontade de seu grupo. É um poder convencimento e
de persuasão.
Relação
entre política e poder - Se a política
não pode ser compreendida sem que entendamos o conceito de poder, é possível
afirmar que este consiste na habilidade dos indivíduos ou grupos fazerem valer
os próprios interesses ou as próprias preocupações, mesmo diante da resistência
de outras pessoas.
Uso do poder pela força – Poder ilegítimo
Uso do poder com o consentimento dos
demais – Poder legítimo
Ciência Política: Ela tem a
pretensão de estudar e analisar a Política, as estruturas e os processos de
governo, utilizando-se de uma abordagem científica, mais precisamente uma
abordagem empírica. Vem preenchendo uma função essencial que é a de auxiliar os
cidadãos a adquirirem melhor compreensão dos fenômenos políticos e, assim,
poderem exercer maior influência sobre os rumos da comunidade e da sociedade,
em geral.
Discurso político: Ele se
caracteriza pela construção discursiva que busca o convencimento de um
determinado grupo em assuntos de interesse coletivo e vem sendo considerado um
pré-requisito de grande importância para o exercício de uma vida política
plena.
Componentes do
discurso politico:
1- Logos: conhecimento. puro raciocínio e
funda-se sobre as faculdades intelectuais, estando voltado para o
estabelecimento de verdade
2- Pathos: paixão. aquele que discursa deverá
ser capaz de produzir um discurso que empolgue e impressione os ouvintes
3- Ethos: ética. o discurso do orador põe em
destaque as virtudes do seu caráter
Importância do
discurso politico: quanto mais pessoas em diferentes espaços se interessam por
externar suas posições políticas, mais democrática tende a ser a sociedade.
Conceito de Estado (Jellinek):a corporação de um povo
assentada num determinado território e dotada de um poder originário de mando.
Teorias
do Estado
Teoria Naturalista: o ser humano
seria naturalmente gregário, um ser social, e sua associação com os outros
seres humanos, de maneira organizada ou não, é que estaria na origem da ideia
contemporânea de Estado. Nessa via, o ser humano é um animal político (zoon
politikon) inclinado a fazer parte de uma polis, a cidade,
entendida esta como sociedade política. O Estado seria algo natural e se
desenvolve por meio da natureza humana. O “thelos”
(finalidade) do Estado seria o bem viver, a promoção do bem-estar coletivo.
Teoria
Contratualista: o Estado é uma convenção, um pacto entre os homens. 3
principais pensadores desenvolveram suas próprias teorias baseadas no contrato
social.
à Hobbes: A sua concepção antropológica
afirma que o homem é naturalmente mal e
egoísta, sendo que o Estado surge como forma de controlar os
"instintos de lobo" que existem no ser humano e, assim, garantir a
preservação da vida das pessoas. Para que isso aconteça, é necessário, porém,
que o soberano tenha amplos poderes sobre os súditos, que devem transferir o
seu poder ao governante, agindo este como soberano absoluto, a fim de manter a
ordem. Esta concepção vai fundamentar o Estado absolutista moderno.
O Estado seria
então uma ficção crida pelo homem a fim de garantir seus interesses, ele passa
a controlar a vida em sociedade, a partir do momento que o homem abre mão de
seus vontades individuais.
O Estado seria
o Leviatã – Monstro fictício e mal
que controla os impulsos humanos.
O dever de obediência
termina quando uma ameaça pesa sobre a vida (principalmente) ou mesmo sobre
a liberdade. A incapacidade do soberano de manter a ordem, a segurança e,
consequentemente a vida, geraria o direito de cada um (individualmente)
utilizar-se de seus meios privados de defesa aos seus direitos naturais, o que
transportaria o indivíduo de volta ao estado de natureza
Funções
do Estado para Hobbes:
1) Representar
os cidadãos;
2) Assegurar a
ordem;
3) Ser a única
fonte de lei.
à
Locke: O estado da
natureza não seria uma ficção mas uma realidade, ele não é um
estado de luta, mas um estado de cooperação fundado sob o signo da
racionalidade humana. O Estado Liberal
é direito de todos, no qual as pessoas teriam direitos inatos à propriedade, liberdade, vida e igualdade. Para Locke
o homem é naturalmente bom, e o pacto que cria o Estado serve para garantir que
todos tenham os mesmo direitos. A
propriedade nasce naturalmente e é útil para os indivíduos terem uma vida digna
e boa e ela surge como forma de garantir aquilo que é de cada um, já que a
população cresce e cada indivíduo precisa garantir aquilo que lhe pertence.
A guerra é exceção ao estado natural. O contrato social para Locke assegura a
Monarquia Constitucional como Estado de Direito, onde as leis devem reger a
sociedade garantindo liberdades e a individualidade.
Direito de
resistência: percebe-se que a hipótese de transgressão dos direitos
naturais (direitos à vida, à liberdade e à propriedade, segundo Locke, acaba
por justificar o direito de insurreição por parte do corpo social.
à
Russeau: O estado da
natureza é uma ficção e o homem, neste estado, é naturalmente bom. No entanto, a partir do momento que ele passa
a delimitar sua propriedade, esta se
torna um mal, causando a discórdia entre
os homens, os corrompendo. A
competição na vida social é que gera conflitos e a desigualdade social e o Estado deve mediar os conflitos, além de
educar a todos, para que isso não ocorra. Ele defende que o Estado deve ser democrático (“o Estado
somos nós”) e faz uma crítica ao modo de produção das leis, que se não forem
criadas para a atender à coletividade, justificam o governo nos mais ricos,
gerando desigualdades.
Teoria Coletivistas:
a) Visão moral (Hegel): tem por
pressuposto o poder totalizante do Estado diante do indivíduo. Nesta
perspectiva, o indivíduo está em posição fragilizada perante a força estatal,
não estando apto a fazer valer supostos direitos fundamentais. Pelo contrário,
aqui é o Estado que tem direitos perante o indivíduo/cidadão, pois a identidade
real do ser humano, nestas circunstâncias, inibe-se diante do caráter universal
do Estado.
b) Visão Sociológica (Marx e Angels): Estado não
seria o reino da razão e/ou do bem-comum, como muitos afirmam, mas da força e
do interesse de uma parte específica da sociedade. Assim, o surgimento do
Estado é um imperativo para que os interesses de uma dada classe se façam valer
no mundo dos fatos.
Teoria do Estado de Direito: O Poder do
Estado vem das leis, que cria e é a própria lei. Visão positivista de Hans
Kelsen. Além disso, o Estado poderá usar da violência de forma legítima para
garantir a execução da lei.
Elementos
do Estado (continua na próxima postagem)
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