Fundamentos das Ciências Sociais
Conhecimento
como característica do ser humano: A capacidade racional do homem o
diferencia do animal. Sua capacidade de pensar, articular ideias e expressá-las
por meio da linguagem permitem a produção do CONHECIMENTO.
Formas de
conhecimento:
- Mito: narrativa em forma de fábula. Transmite
conhecimento por gerações por meio de lendas e histórias mitológicas.
- Conhecimento religioso: conhecimento produzido a partir da fé e da
religião. Geralmente a narrativa religiosa pode garantir a salvação para
aqueles que têm fé.
- Conhecimento filosófico: traduz a busca e
amor pelo conhecimento. Suas conclusões são especulativas e não necessitam de
provas materiais. Este conhecimento orienta a atividade intelecutal.
- Senso Comum: é
o conhecimento produzido a partir das observações diárias, estabelece relações
de causa e efeito sem a utilização de uma metologia científica, suas conclusões
são empíricas sem nenhum fundamento científico e nem sempre representam a realidade. Características:
assistemático, subjetivo, empírico, parcial.
- Conhecimento científico: é
o conhecimento produzido por meio do método científico. As conclusões são
resultado de um método específico e podem ser reproduzidas por qualquer pessoa,
em qualquer lugar, se forem respeitadas as mesmas condições do experimento. O
objeto do estudo da ciência é delimitado e suas conclusões buscam generalidade (bucam descrever as leis
universais que regem o universo) e objetividade
(regras bem definidas). Características: metódico, objetivo,
geral, imparcial.
Ciências
Sociais: conjunto de saberes que abrangem a ANTROPOLOGIA, SOCIOLOGIA
e CIÊNCIA POLÍTICA. Ajudam a “limpar a lente” através da qual enxergarmos as
diferentes realidades em que vivemos.
- Antropologia:
Estuda a cultura e a sua influência no comportamento humano. Nesta ciência o
estudioso deve aprender a desconfiar de tudo aquilo que é normal e transformar
o que exótico em familiar. O antropólogo se insere em outra sociedade, se despe
de seus valores morais, éticos e culturais, e passa a conviver nessa nova
sociedade como observador.
- Sociologia:
Estuda as inter-relações humanas e suas influência sobre o comportamento. O
sociólogo trabalha com os fatos sociais como objeto de estudo, verificando a
influência destes fatos sobre o comportamento humano.
- Ciência Política: Estuda as relações de
poder na sociedade, as relações de autoridade, relações entre governantes e
governados e a política.
Diferença
entre enfoque das Ciências Sociais e Naturais: As ciências
sociais diferem das ciências naturais quanto ao foco de estudo, pois seu objeto
de estudo é complexo. Enquanto as
ciências naturais se preocupam em observar a realidade e descrever as leis que
a descrevem, as ciências sociais buscam uma interpretação dessa realidade. As
ciênciais sociais não são exatas e seu método é específico, diferente do método
científico das ciências naturais. Além disso o observador se insere no
contexto, já que seus valores interiores poderão influenciar em sua observação.
Cultura
Eurocentrista: A construção científica ocidental teve seu berço na Europa.
Com o imperialismo europeu e a expensão da cultura europeia para outros
continentes, o modelo do homem branco europeu e sua sociedade se tornaram o
padrão a ser seguido por outros povos. Tudo aquilo que era estranho ou
estrangeiro era considerado mal e selvagem, devendo ser trazido, ainda que à
força, ao padrão da época.
Etnocentrismo:
Achar
que a cultura de determinada sociedade é superior as demais culturas. Este
posicionamento permite a imposição da cultura tida como “superior” ou mais
evoluída à sociedade “inferior” ou menos evoluída. Passo a observar o mundo com
os padrões e valores da cultura etnocentrista, passo a observar o mundo através
da “minha própria lente”.
Relativismo
Cultural: É a postura de observar a cultura de uma outra sociedade
despido dos valores da sociedade ou grupo ao qual pertenço. É estudar e
entender a cultura alheia sem pré-conceitos ou
julgamentos prévios. Nos colocamos no lugar do outro e passamos a
comprender a sociedade dele, sob a ótica de um indivíduo que pertence àquela
sociedade.
Diversidade
Cultural: É a existência de diversas culturas, hábitos, costumes,
regras e formas de expressão distintas no mundo. Com a globalização e a
informática, maior é a consciência desta diversidade cultural.
Multiculturalismo:
é
a interação positiva de diversas
culturas, não havendo hierarquias entre elas. Há a formação de uma sociedade
multicultural.
AUGUSTO COMTE:
Positivismo de
AUGUSTO COMTE: Matriz filosófica desenvolvida por Augusto Comte com intuito de estabelecer o racionalismo científico
em detrimento do conhecimento religioso ou metafísico. O método científico e
racional seria o caminho correto para o esclarecimento. A razão humana prevaleceria
e resultaria em leis naturais que descreveriam o funcionamento do homem, da
natureza e do universo. O Positivismo deu a base científica à Sociologia, a estabelecendo
como uma ciência. A Sociologia seria, analogamenta à Física, uma Física Social
que buscaria compreender e descrever as leis que regem a sociedade. Assim como
a Física é dividida em Estática e Dinâmica, a Física Social é dividida em
Estática Social (características permanentes – propriedade, família, linguagem)
e Dinâmica Social (evolução social).
Leis dos Três
Estados: Como a ciência se preocupa em descrever as leis que regem o
universo, a Sociologia também teria suas leis. Para Comte a lei dos 3 estados descreveria os estágios de evolução de
uma sociedade. Primeiramente o estado teológico, onde todas as
explicações eram baseadas nas crenças religiosas, tendo como base o divino e o
profano; em um segundo patamar teríamos o estado
metafísico, onde todo o conhecimento seria baseado em princípios abstratos;
em último degrau teríamos o estado
positivo, quando todo saber humano seria baseado no método científico, no
qual prevaleceria a razão.
Darwinismo
Social:
surge em um cenário neocolonialista,
quando os mercados europeus, crescendo enormemente com as revoluções
industriais, necessitam buscar mercado consumir, mão-de-obra e matéria prima em
outros países. Os alvos principais do neocolonialismo
foram os continentes africano e asiático. O Darwinismo Social, foi uma
analogia à teoria Darwinista de Charles Darwin. Para Darwin existe uma lei natural que regula a sobrevivência da espécie
mais adaptada ao ambiente, analogamente, teríamos nas sociedades humanas a
dominação das nações mais desenvolvidas e adaptadas. O Darwinismo Social justificou o neocolonialismo
como uma evolução natural da sociedade, explicando esse fenômeno social. As
sociedades que já estavam no estado Positivo, dominariam as sociedades “inferiores”. O Darwinismo Social
justificava também as idéias positivistas de Comte e sua Física Social.
Crítica ao Positivismo: Comte tinha
as noções gerais de Estática e Dinâmica Social. Para ele a Estática Social eram
os conceitos que mantinham a sociedade coesa, e a partir de uma unidade coesa
se alcancaria a Estática Social em direção ao progresso (amor por base, ordem por meio, progresso por fim). Neste sentido o
Positivismo torna-se antagônico, pois apesar de estar fundado nos métodos
científicos, era altamente conservador, justificando uma sociedade desigual. Além disso o positivismo acreditava que todas as sociedades evoluem com o tempo,
e isto não é uma verdade absoluta já que algumas sociedade se extinguiram e
outras permaneceram estáticas no decorrer da história. Outro ponto negativo
aborda as vantagens do progresso. Para os positivistas o progesso apenas gera vantagens, sem se prrocupar com os
malefícios que também são gerados pelos mesmos avanços, ex: poluição,
engarrafemntos, banditismo, violência, desordem urbano, etc.
DURKHEIN: (foco na EXPLICAÇÃO dos fenômenos sociais por meio dos fatos sociais)
DURKHEIN e a
Sociologia Científica: Apesar de ser discípulo de Comte, Durkhein foi um crítico à
metodologia de seu mestre. Para ele a Sociologia de Comte apenas tentava
explicar a Física Social de forma especulativa
e vaga (tratava a sociedade como um
organismo vivo), sem se fixar no objeto real a ser observado, critica ainda
a religião da humanidade desenvolvido
por Comte. A ciência positivista de
Comte é construída sob um ideal de progresso, com base em uma ordem, por vezes
autoritária. Para Durkhein a Sociologia deveria realizar uma análise criteriosa
dos fatos sociais, que seriam o objeto
de estudo da Sociologia. A ciência
fundamentalista de Durkhein era construída com base em uma observação
concreta dos fatos sociais.
Fatos Sociais: regras
que regem o comportamento e as maneiras de se conduzir em sociedade.
Características
dos Fatos Sociais: GERAIS,
EXTERNOS e COERCITIVOS.
Gerais porque são
formas de pensar ou agir coletivos de uma sociedade, são observações
individuais que se repetem no inconsciente coletivo (maneira de agir/ maneira
de ser)
Externos porque eles
são influências externas aos indivíduos, são valores, regras, normas que se
apresentam ou se impões a certo indivíduo. São internalizados pela socialização
Coercitivos porque impõem
uma conduta, sancionado aqueles que a desrespeitam.
Socialização: processo pelo
qual os seres humanos são induzidos a adotrem posturas padrões, comportamentos
socialmente esperados, normas, regras e valores. Basicamente o processo de
socialização é feito por meio da educação, leis, costumos e relações sociais.
Diferença
entre Patológico e Normal: Para Durkhein, assim como um organismo
vivo, a sociedade poderá sofre de algum mal ou doença. Diferenciamos este
estado patológico quando um comportamento está fora da média social de determinada sociedade. Identificamos um fenômen
social normal quando um
comportamento é generalizado, unânime,
representa a vontade coletiva, é útil à saúde social. Quando um comportamento
fica fora dos padrões normais é considerado patológico.
Anomia Social: O termo anomia foi cunhado por Durkheim em seu estudo sobre suicídio e
significa na acepção da palavra falta, privação, inexistência de lei. É um
estado onde os indivíduos se encontram com a inexistência de padrões normativos
ou leis, levando-os a tomar condutadas por vezes violentas e que geram
conflitos.
Consciência Coletiva x Consciência
Individual: para Durkhein cada um indivíduo possui sua própria
consciência, no entanto, é possível perceber no interior de qualquer
grupo ou sociedade, formas padronizadas de conduta e pensamento coletivos. é,
em certo sentido, a forma moral vigente na sociedade. Ela aparece como um
conjunto de regras fortes e estabelecidas que atribuem valor e delimitam os
atos individuais. É a consciência coletiva que define o que, em uma sociedade,
é considerado imoral, reprovável ou criminoso
solidariedade social, este último definido por Durkheim como os laços que
unem os indivíduos entre si formando a coesão social.
Solidariedade Mecânica
x Solidariedade Orgânica: Para Durkhein a
solidariedade social pode evoluir de uma forma mecânica para uma forma
orgânica. Na mecânica, a coesão social é forte pois a consciência coletiva é
mais forte do que a individual, os indivíduos se unem pois se identificam um
com os outros. Na orgânica há uma coesão, no entanto a consciência coletiva é
atenuada, havendo uma maior consciência individual. Há INTERDEPENDÊNCIA. Nela
os indivíduos visualizam a necessidade de dividir os trabalhos, cada um depende
do conhecimento específico do outro, havendo assim um sentimento de dependência
mutual.
Solidariedade Mecânica: há maior consciência coletiva pois os indivíduos se identificam um com os
outros, gerando uma coesão social.
Solidariedade Orgânica: há maior consciência individual, no entanto há a relação de
interdependência entre os indivíduos, já que há maios especialização e divisão
de trabalho. Isto gera a coesão social deste tipo de sociedade.
Direito Repressivo x
Direito Restitutivo: Direito repressivo está ligado às
sociedades onde a consciência coletiva é mais forte, pune-se as condutas
irregulares já que elas prejudicam o coletivo. O Direito restitutivo está
ligado às sociedades onde a consciência individual é mais forte, já que ele
busca trazer, individualmente , a
conduta irregular específica ao padrão de correção, ao causador do dano cabe
apenas restituí-lo.
COMTE x DURKHEIM - De forma resumida a diferença entre eles é a seguinte:
- Comte: para ele a
Sociologia é uma CIÊNCIA POSITIVIDA, construída sob um IDEAL de sociedade,
IDEAL de progresso. Ele estudou a FÍSICA SOCIAL.
- Durkheim: para ele a Sociologia deveria ser mais FUNDAMENTALISTA, construída com
base na observações concretas e empírica dos FATOS SOCIAIS.
A SOCIOLOGIA ALEMÃ
KARL MARX: (séc XIX) (foco
na TRANSFORMAÇÃO da sociedade pelas lutas entre classes)
Karl Marx vive em um período onde a Revolução Industrial transforma a
sociedade em função do surgimento da Economia
de Mercado. Tudo que envolve a produção
se torna um fator de produção:
mão de obra, tecnologia, matéria prima e a terra, tudo se tornou de
certa forma uma mercadoria para o mercado industrial emergente, e passou a ser
comercializado como tal.
A obra de Karl Polanyi
concluiu que: “ao invés de a Economia ser parte integrante das relações
sociais, são as relações sociais que passam a estar contidas na Economia.”
Crítica de Marx:
Idealismo: Em termos
sociológicos, o idealismo consiste na alegação de que as ideias humanas,
crenças e valores, moldam a sociedade. Marx defende o Materialismo dialético, que é uma
concepção filosófica que defende que o ambiente, o organismo e fenômenos
físicos tanto modelam os animais e os seres humanos, sua sociedade e sua
cultura quanto são modelados por eles.
Liberalismo: acreditavam que apenas o
mercado poderia regular o próprio mercado: quanto menos o governo se
intrometesse na Economia, melhor.
Socialismo utópico: para Marx os ideais em prol
de uma sociedade mais justa pareciam irrealizáveis.
Forças Produtivas x Relações Sociais de Produção à Estrutura + Superestrutura:
Para Marx
as relações sociais de produção surgem do trabalho, da necessidade do
homem de sobreviver. Sendo o trabalho o modo de organização dos fatores de
produção (forças produtivas), dele surgem as relações sociais de
produção (Economia), que produzem a
ESTRUTURA da sociedade. O embate dos interesses nessa estrutura produzem a
SUPERESTRUTURA da sociedade, cultura, política, religião, justiça, etc. A superestrutura surge como reflexo do que
acontece em sua estrutura.
“Quer entender a cultura, o direito, a religião, enfim,
os fenômenos políticos e sociais de uma sociedade? Olhe para a sua Economia, ou
melhor, para as relações sociais de produção vigentes nesta sociedade”
Valor de
Uso: valor de usabilidade de certa mercadoria
Valor de
Troca: valor que pode ser usado para substituir por outra mercadoria
Mais-Valia:
diferença entre o valor do produto na prateleira e a soma dos valores dos meios
de produção e trabalho utilizados.
Alienação: o homem é utilizado como um simples fator de produção,
ele passa a ser visto como uma mercadoria, já que produz seu trabalho. Ele é
separado das outras etapas de produção, não participa de todas as fases e passa
a não ter relação com aquilo que produz.
Alienação política: na visão de Marx, o Estado não era
um órgão político imparcial, como gostavam de sugerir os liberais. Na verdade, o
Estado representava principalmente os interesses da burguesia, não os do povo.
O Estado era um instrumento de dominação da classe dominante, razão pela qual
os trabalhadores, os operários explorados, estavam também separados (alienados)
dos processos de tomada de decisões política.
A noção de
participação popular é importante para o argumento marxista: a ausência de
participação tornaria evidente o caráter excludente e classista da organização
do Estado.
Luta entre classes: a luta de
classes cumpre uma função importante: é ela que faz as mudanças sociais acontecerem.
É, portanto o motor da história. Se a luta de classes nasce sempre do
desejo do oprimido de livrar-se da opressão, então é evidente que o proletário,
a classe explorada, é o principal agente da transformação histórica. Mas, para
isso, é preciso que tenham consciência de classe, isto é, que vejam a si
próprios não como como pode, mas como partes integrantes de um conjunto, um
grupo social poderoso.
Fetichismo da mercadoria: As
pessoas pagam caro por uma coisa que custa barato porque acreditam que, ao
vestir esta camisa de grife, estão se diferenciando. Elas acham que a
marca da grife possui um valor intrínseco, isto é, um valor que seria dela, da
grife.
A relação
que aparenta ser somente entre coisas (o dinheiro e o camisa de grife) é na verdade
uma relação entre pessoas, é uma relação entre todos os trabalhadores
envolvidos na produção e comercialização da camisa, e você, que trabalhou para
poder ter o dinheiro necessário para comprá-lo.
No
entanto, diz Marx, as pessoas são incapazes de perceber que, em função do
trabalho que fazem, estão constituindo uma relação social. É isto que o autor
chama de fetichismo da mercadoria. (transformar
um atributo subjetivo em objetivo)
Crítica a ideologia burguesa: “As
ideias dominantes de uma época sempre foram as ideias da classe dominante.” Aí
o gesto ideológico: apresentar o que era fruto de uma posição particular na
sociedade (a posição da classe burguesa) como sendo algo de validade universal,
isto é, válido para todas as pessoas. Teoricamente a burguesia defendia a
liberdade, no entanto, a liberdade que defendiam favorecia apenas a burguesia,
pois em sua visão (ideologia), esta foram de agir era a correta (o trabalho do
proletariado era uma simples mercadoria).
CONCLUSÃO: A luta entre classes é o que faz as mudanças sociais
acontecerem, e Marx apostava que a vitória do proletariado levaria ao início de
uma época socialista, sem classes, exploração ou desigualdade.
MAX WEBER: (séc. XX) (foco na COMPREENSÃO dos fenômenos sociais)
Weber x Marx: Weber busca compreender por que a história se transforma, para isso devem
ser considerados outros fatores além do conflito entre dominadores e dominados.
Seria preciso observar certos aspectos da realidade social que Marx teria
ignorado. Para Weber, o cientista social deveria agir intelectualmente de
acordo com as exigências científicas, diferentes, das exigências do exercício
da ação política, ele deveria adotar a NEUTRALIDADE.
Weber x Durkhein: Weber não se preocupa com coercitividade dos fatos sociais sobre o
indivíduo, mas sim em perceber que as normas sociais se tornam concretas quando
se apresentam como motivação que impulsiona o indivíduo a agir no meio
social
.
Weber parte sempre da observação das ações dos indivíduos, e não de alguma
totalidade (seja um fato social ou uma estrutura) que existiria
anteriormente a eles.
Ação Social: É a conduta humana
dotada de um significado atribuído pelo agente (o indivíduo que a pratica) e
tem relação com a conduta de outros indivíduos. Para Weber, o objetivo da
Sociologia é compreender os sentidos (significado) das ações sociais.
Tipos de ações:
Weber é um individualista metodológico: pois seu método de trabalho
consiste em partir do estudo das ações dos indivíduos para então buscar
compreender seu sentido, isto é, compreender o que os indivíduos pensam que
estão fazendo quando agem de uma determinada forma, e que resultados
(intencionais ou imprevistos) acabam produzindo.
Destaca-se então o estudo das relações
sociais.
Relação social: se estabelece quando os agentes partilham o sentido de suas ações e agem
reciprocamente de acordo com certas expectativas que possuem do outro.
Weber afirma que o cientista deve ser motivado por suas paixões, mas, ao
identificar objeto de seus estudo, deverá fazê-lo de forma objetiva. Mas como fazer a ponte, a passagem entre a
subjetividade (crenças e valores do cientista) e a objetividade (a necessidade
de deixá-los fora do trabalho)?
R: Tipos Ideais.
Tipo ideal: instrumento puramente
formal, elaborado através da intensificação unilateral de alguma
característica do fenômeno observado. Traduzindo: o tipo ideal não existe de
fato, é construído pelo pesquisador com o objetivo de facilitar a compreensão
do fenômeno que ele pretende analisar.
Weber argumentou que o capitalismo foi a consequência, na esfera da
Economia, de um processo de racionalização que teve na ética do trabalho
protestante um dos seus principais motores.
Mas o que garantiria a obediência das pessoas?
Para responder a esta pergunta, Weber irá distinguir três tipos de
dominação:
-A dominação Racional-legal está baseada no respeito a uma regra ou norma
vista como legítima. A obediência à Constituição do país é um exemplo de
dominação racional-legal: o indivíduo reconhece a legitimidade das leis e vive
de acordo com elas.
- A dominação Tradicional, por outro lado, está baseada no respeito a uma ordem antiga, a uma
tradição. Quando, por exemplo, um indivíduo vive de acordo com as regras de uma
religião, de uma dinastia, de um poder familiar ou historicamente perpetuado
- A dominação Carismática o indivíduo admira ou obedece a um chefe ou líder
que considera excepcional
Para Marx o mundo é instável e vive em um constante embate entre classes.
Para Weber há uma relativa estabilidade, onde predomina o racionalismo e a
burocracia moderna, que pode ser abalada periodicamente por fenômenos
irracionais carismáticos.
CONCLUSÃO: a obra de Weber nos
ajudou a ver que as ideias, as práticas culturais e religiosas, não eram meros
reflexos das condições materiais em que os indivíduos viviam. Ele fez distinção
entre Ciência e Política, importante no contexto em que foi formulada. Desenvolveu
importantes ferramentas para a sociologia (tipos
de ação, tipo ideal e dominação).
Pontos importantes:
- Diferença entre MARX, DURKHEIN, WEBER.
- Objeto de Estudo da Sociologia para
Durkheim: Fato Social;
- Quais são as 3 características dos Fatos
Sociais: GERAL, EXTERNO e COERCITIVO
- Diferença entre a Solidariedade Orgânica e
Mecânica.
- O que é Anomia?
- O que é consciência coletiva?
- Fato e concepção social: O fato social sempre tem uma concepção (origem) social.
- Qual o papel nas ONG’s na sociedade?
R: São organizações que caminham de forma
paralela ao estado realizando ações de apoio à sociedade, de forma a alcançar
objetivos que não foram alcançados pelas políticas públicas, ou seja, onde não foram
suficientes. Elas não sanam os problemas, no entanto os atenuam, evitando que
ocorra uma revolução social.


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